Categoria: Internet "Irmãos se reencontram após 75 anos"

Reencontro ocorreu na cidade de Bauru, no interior de São Paulo. Irmãos, que se separaram na infância na Bahia, foram reaproximados por sobrinhas.


Agenor, à esquerda, e Pedro se reencontraram na cidade de Bauru após 75 anos afastados


Quando tinha 15 anos, Agenor Barreto fugiu de casa, na cidade de Barreiras, na Bahia, para se casar, contrariando a mãe e deixando para trás seus seis irmãos. Só 75 anos depois, o aposentado, hoje com 89 anos, pôde voltar a sorrir ao rever o rosto de um daqueles irmãos esquecidos no passado. Na última terça-feira (22), Agenor recebeu em sua casa em Bauru, a 328 km de São Paulo, Pedro Avelino Barreto, de 80 anos, um de seus dois irmãos que ainda está vivo. “Ele está muito satisfeito. Parece que ele viveu de novo.

Há muito tempo que a gente precisava se encontrar, mas não dava jeito porque eu não tinha informação dele”, conta Pedro, que prefere falar no lugar de Agenor porque o irmão mais velho está sem o aparelho de audição, mandado para manutenção. O encontro dos irmãos após “uma vida” ocorreu graças a três sobrinhas deles. “Meu pai, que era irmão gêmeo do tio Agenor, morreu há uns sete anos e acabamos nos separando um pouco. Um dia, ele ligou para a gente (ela e as duas irmãs) falando que queria nos ver e aí nos viemos (para Bauru) no final do ano passado.

Ele ficou muito feliz e falou muito dos irmãos. Disse que achava que não ia ver mais nenhum deles”, conta Divina Barreto Campos, 51 anos. Segundo a funcionária pública, as três irmãs, ao ouvirem aquelas palavras do tio, decidiram que não iam permitir que aquilo acontecesse.
“Pegamos alguns contatos que a gente tinha em Goiânia com primos distantes. Acabamos conseguindo o contato dele (Pedro) e viajamos para Brasília para conhecê-lo”, conta. O encontro com as sobrinhas aconteceu em fevereiro.

De lá para cá, segundo Divina, eles ficaram mantendo contato, tentando marcar uma data para a vinda de Pedro. “Eles (Pedro, a filha e um neto) chegaram no dia 20 (de julho) em São Paulo. E a gente trouxe para Bauru nesta terça (22). Foi uma coisa de chorar. Muita emoção, muita mesmo. Não dá para descrever”, diz. “Agradeço muito às minhas sobrinhas por terem lutado por isso. É uma coisa que a gente sempre esperava, mas não acreditava que pudesse se realizar. Não sabia se ele ainda estava vivo”, afirma Pedro emocionado. Segundo ele, desde que se reencontraram, os dois não têm se mais se desgrudado. “A saudade era demais porque a gente está colado direto.”

O convívio um ao lado do outro, porém, deve ser interrompido nesta sexta-feira (25), quando Pedro segue com a família para São Paulo e depois, para Brasília. “Tenho de voltar porque vão recomeçar as aulas do meu neto. Mas vou fazer um esforço danado para trazer o nosso outro irmão para conhecê-lo”, conta Pedro. O aposentado diz que o terceiro irmão ainda vivo, e o mais novo, mora em Goiânia com a família e costuma vê-lo duas vezes por ano. “Quero ver se trago o outro aqui enquanto o Agenor está vivo. Já imaginou como vai ser, nós três juntos depois de tantos anos?.”