Categoria: Internet "Pai e filha xavantes se reencontram após quase 20 anos"

Índios viviam numa aldeia no estado de Mato Grosso do Sul até a década de 1970. Vítima de paralisia, Margarida, de 62 anos, veio para o Rio em busca de tratamento médico.

Quando se separaram os índios xavantes Fredi e Margarida Tsuopto, pai e filha, viviam numa aldeia, no estado de Mato Grosso do Sul. Quase 20 anos depois, eles se reencontraram nesta quarta-feira (9) na Ilha do Governador, no subúrbio do Rio de Janeiro. Fredi falou da saudade que sentia da filha, que hoje tem 62 anos.
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“Eu me sentia com saudade. Ficava chorando de saudade”, disse o índio, que não fala português e conta com a ajuda do filho para se comunicar. Deficiente física, vítima de paralisia, Margarida veio para o Rio nos anos 70 em busca de tratamento médico. O pai, que hoje tem 105 anos, ficou na aldeia São Marcos, em Mato Grosso do Sul, e só voltou a ter esperança de rever a filha quando conheceu um grupo de religiosos que visitava a tribo. “Foi quando ele fez o choro do índio e fez o apelo para que nós encontrássemos uma filha que ele não via e que não sabia por onde procurar. Ele sabia que ela veio para o Rio de Janeiro. Então, quando nós chegamos aqui, nos mobilizamos, a encontramos e vimos a realidade dela aqui. Arrecadamos, com uma rifa, o custeio das passagens”, conta o professor Élisson de Souza.

Índia vivia no subúrbio do Rio
Desde que saiu da aldeia, Margarida vive na Casa do Índio, na Ilha do Governador, que recebe índios vindos de várias partes do Brasil. O lugar é mantido basicamente com doações da comunidade e hoje abriga 40 pessoas, muitas com problemas de saúde. Quem acompanha o drama de Margarida também se emocionou com o encontro. “Eu não tenho palavras para falar sobre o que houve. Foi muito emocionante, de quase chorar todo mundo. Foi muito bonito”, revela Eunice Cariri, diretora da Casa do Índio.
Dona Eunice Cariri disse que a índia Margarida não tem condições de viver na aldeia, por causa dos problemas de saúde. Mas ressaltou que ela vai passar um tempo matando as saudades do pai, que deve fazer tratamento médico antes de voltar para a tribo.