FGV: transferência de renda garante status de 'classe C' a 60% dos idosos

Renda mensal média dos incluídos no grupo vai de R$ 1.064 a R$ 4.591.
Pesquisa da entidade leva em conta dados da Pnad, feita pelo IBGE.


Os programas de transferência de renda do governo federal garantiram que mais idosos entrassem no contingente da população classificado como "classe média" pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo o economista Marcelo Neri, a renda familiar média mensal deste grupo - também denominado "classe C" - fica entre R$ 1.064 e R$ 4.591.
Segundo ele, o público típico da classe C é o idoso, por causa das transferências de rendas e da valorização do salário mínimo. “O idoso é grande parte. Ele está dentro das fronteiras. A família dele é a família mais classe C por idade. Mais de 60% dos idosos são classe C”, afirma.
A pesquisa da FGV, divulgada nesta sexta-feira (19), compila dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2007, divulgada na quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a Pnad e considerado o método da FGV, a classe média passou de 30,9% da população total do país, em 1993, para 47,1%, no ano passado. Isso equivale a um crescimento anual médio de 2,5% no período.


Renda 'decepcionante'
O estudo da FGV, chamado "Miséria e a nova classe média na década da igualdade" mostra uma evolução decepcionante da renda, de acordo com Marcelo Neri. “A Pnad 2007 é muito decepcionante em termos de renda. Cresceu 2,26% de um ano para outro, quando em 2006 tinha crescido perto de 9%”, diz o economista.
Em 2007, fica claro que a fatia mais pobre da população teve um crescimento menor da renda, na visão de Neri. “No índice acumulado entre 2001 e 2007, a renda per capita dos 10% mais pobres aumentou quase 50%. De 2001 para 2006 era maior, tinha crescido 57%. Quem perdeu foi os 10% mais pobres", afirmou.


Distribuição de renda
A queda da desigualdade, que acontece desde 2001, ajudou a reduzir em 5,6% o contigente de pobres no país no ano passado, embora a redução do número de miseráveis em 2007 também tenha sido menos intensa que a de 2006, quando a redução chegou a 15%.
Em números absolutos, 1,5 milhão de brasileiros saíram da linha de pobreza em 2007, mais ainda restavam 33,6 milhões de pobres ganhando R$ 135 por mês ou menos, segundo o economista da FGV.