Categoria: Internet "Aposentada se dedica a poesias eróticas"

Em busca de um sonho, uma senhora de quase 80 anos decidiu se aposentar do cargo de auditora fiscal para escrever um livro. O desejo demandava muito tempo e, por isso, optou por deixar o serviço, no qual ficou por 50 anos, para se dedicar a poesias. Entre os temas, que mais gosta de escrever, está o erótico.

os últimos 50 anos, Regina trabalhou como auditora fiscal na Receita Federal. Ela não pensava em se aposentar até o ano passado, quando, por acaso, descobriu uma nova paixão. "Minha vida será agora dedicada à poesia."

Ao completar 79 anos, ela se decidiu escrever um livro sobre como melhorar o relacionamento familiar e amoroso. A obra recebeu o nome "Meu Jeito de Falar". "Em dois meses fiz 90 poemas e me surpreendi. Hoje, meu livro tem cem poemas, sendo que dez são ligeiramente eróticos", comenta.

A aposentada diz que quando as pessoas escutam os poemas eróticos pedem para ela repetir. "As pessoas estão carentes de poesias mais alegres."

Assista o video da entrevista no Vila Dimenstein, desta semana, Claire Feliz Regina fala sobre sua paixão: escrever poesias. A apresentação é de Gilberto Dimenstein.

link: http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u480066.shtml

Um pouco da História de Regina Feliz:

Quem visse aquela senhora de 80 anos declamando, olhar malicioso, versos sensuais, num teatro lotado de jovens, não imaginaria sua história de vida. Nos últimos 50 anos, a auditora fiscal Claire Feliz Regina trabalha na Receita Federal, onde se especializou em imposto de pessoa física. Não pensava em se aposentar até o ano passado, quando, por acaso, descobriu uma nova paixão. "Minha vida será agora dedicada à poesia."

Ao completar 79 anos, ela se propôs a escrever um livro com dicas sobre como melhorar o relacionamento familiar e amoroso. Mas, em vez de prosa, saíram versos - e, com eles, vieram a vontade da aposentadoria, para iniciar uma experiência.

Como nasceu numa família pobre, Claire teve de trabalhar desde menina em Campo Grande (MS), vendendo mercadorias de porta em porta. Mudou-se para São Paulo e, em 1958, entrou como escriturária na Receita Federal. Aos 37 anos, começou a estudar economia, aos 50 foi promovida a auditora fiscal e se especializou em Imposto de Renda de pessoa física, convidada a dar aulas e palestras. Sua trajetória seguia a previsibilidade burocrática, como se seguisse um formulário.

Teve medo de romper a rotina - e desse medo nasceu sua primeira e, por muito tempo, única poesia. Depois de ficar viúva, Claire recebeu insistentes galanteios noturnos de um homem mais novo. "Não soube lidar com a diferença de idade." Para acabar com a aquela relação que lhe parecia impossível, escreveu uma poesia.

Somente no ano passado, depois de mais de 20 anos daquele rompimento, Claire voltou a escrever - talvez rememorando os galanteios perdidos, um toque de erotismo insinuou-se em seus textos.

Esse prazer literário era quase clandestino até a semana passada. Se já era um aprendizado para Claire declamar em público - tinha até vergonha que lessem suas anotações-, foi obrigada a enfrentar um teatro lotado de jovens. E, ainda por cima, convidada a declamar seus versos sensuais.

Foi uma aparição inesperada.

Claire assistia a um recital da atriz Elisa Lucinda, com quem tem aulas de declamação, num teatro em São Paulo. A atriz chamou-a para o palco. Claire estava visivelmente constrangida, insegura -até porque havia algumas crianças na platéia, que deveriam vê-la como uma avó.

Pediu, então, que as crianças tapassem os ouvidos. A feição da avó ganhou sobras de malícia e olhares irônicos misturados a seus versos.

Saboreou a imagem da platéia que aplaudia de pé. "A essência do bem viver é procurar sempre fazer as coisas com prazer."