Continuar trabalhando pode adiar demência em idosos, diz estudo


Pesquisa foi feita com dados de homens que sofrem do mal na Grã-Bretanha.
Da BBC

Manter o cérebro ativo através do trabalho em idade avançada pode ser uma forma eficiente de adiar a demência em homens, afirma um estudo realizado por cientistas britânicos.
Os pesquisadores analisaram dados de 1.320 pacientes com demência. Eles descobriram que os homens que continuaram trabalhando durante a velhice conseguiram adiar a doença.
O estudo do Instituto de Psiquiatria do King's College de Londres foi publicado pela revista científica International Journal of Geriatric Psychiatry.
A demência é causada por uma perda de grande parte de células do cérebro. Especialistas acreditam que uma forma de se proteger contra isso é criando o maior número possível de conexões entre as células através de atividades mentais. Esse fenômeno é chamado de "reserva cognitiva".

Amostragem pequena
Pesquisas anteriores indicavam que uma boa educação pode diminuir os riscos de demência.
O estudo do King's College sugere que para cada ano que a aposentadoria foi adiada na vida de uma pessoa, houve um retardo de seis semanas na manifestação da doença.
"A possibilidade de que a reserva cognitiva de uma pessoa possa ser alterada em idade avançada dá mais peso ao conceito de 'use [o cérebro] ou perca-o', que determina que manter uma vida ativa em idade avançada traz benefícios importantes para a saúde, incluindo a redução de risco de demência", disse o pesquisador John Powell.
Os pesquisadores afirmam que a natureza da aposentadoria também mudou ao longo dos anos. Para muitas pessoas, a aposentadoria pode ser tão estimulante intelectualmente quanto se manter na ativa.
O pesquisador Simon Lovestone, que leu o artigo, mas não participou da pesquisa, disse que "o estímulo intelectual de pessoas mais velhas no ambiente de trabalho pode prevenir um declínio das habilidades mentais, mantendo as pessoas fora do alcance da demência por mais tempo."
Ele ressalta, no entanto, que ainda é preciso fazer mais estudos sobre demência para comprovar a relação entre os diferentes fatores.
Para Susanne Sorensen, diretora da Sociedade de Alzheimer da Grã-Bretanha, a pequena amostragem do estudo faz com que seja difícil que se tire conclusões definitivas sobre o tema.
"Pode haver uma série de motivos que ligam a aposentadoria em idade avançada em homens à manifestação tardia da demência", disse Sorensen.