Idosa tem casa destruída durante protesto na zona leste de SP
27 de maio de 2009 • 13h08 • atualizado às 15h10
A idosa acredita que vai reconstruir seu comércio
A idosa acredita que vai reconstruir seu comércio

Vagner Magalhães

Direto de São Paulo


"Só vi as labaredas". Foi assim que a comerciante Aparecida Teixeira de Paiva, 69 anos, relatou o momento em que percebeu que a frente de sua casa na rua Maria Santana, na Vila Jacuí, zona leste de São Paulo, havia sido destruída durante os protestos contra a morte de um homem suspeito de tráfico dentro de uma cela do 63° Distrito Policial. Além da casa da idosa, um ônibus foi queimado e ao menos outros dois foram depredados. A polícia afirma que o suspeito teria se enforcado com um cadarço.

Aparecida conta que ficou com muito medo do incêndio se alastrar, já que as chamas eram muito altas. "É difícil imaginar que uma coisa dessas vai acontecer em frente à sua casa. A gente acaba pagando pelo que não fez".

A casa, que fica em frente ao ponto final dos ônibus que passam pela região, servia como acréscimo de renda para Aparecida. Na parte da frente do imóvel, a idosa montou um pequeno comércio, onde vendia marmitas para cobradores e motoristas.

Aparecida mora nos fundos da casa e foi surpreendida pelas chamas. Na hora que percebeu o incêndio, o fogo já tinha tomado conta do comércio. A comerciante pretende recorrer à empresa de ônibus para reconstruir seu imóvel, onde mora há 34 anos. A idosa afirma que a região é traqüila e que nunca teve nenhum problema.

Porém, se dizendo muito lutadora, a idosa acredita que vai reconstruir seu comércio. "Quem tem Deus no coração, o diabo não se aproxima", conta.

Redação Terra