Empresas adaptam produtos para terceira idade

CVC, Tecnisa e Maturi querem conquistar os brasileiros que vivem mais e com qualidade de vida


Cremes da linha Maturi

Maturi: embalagem tem uma pegada mais fácil, mesmo molhada não escorrega, e traz informações com fontes maiores para facilitar a leitura
Rio de Janeiro - Os brasileiros estão vivendo mais e impondo novos desafios às empresas que precisam se adaptar a essa realidade. Em 2008, a média de vida no Brasil era de 72,8 anos. 
Em 2020 deve chegar a 76,1, e, em 2050, a 81,3, segundo dados do IBGE. Apartamentos alterados, celulares e cosméticos voltados para o público sênior mostram que este segmento começa a entrar na estratégia das companhias.
Os consumidores mais velhos também estão com mais dinheiro. A faixa etária representa 43% da classe de renda mais alta (acima de dez salários mínimos) e indica que a tendência é que o país envelheça melhor. Em 2005, apenas 17% dos brasileiros tinham mais de 50 anos e a expectativa é que o número chegue a 29% até 2025.
"O Brasil está prestes a passar pelo que chamamos de bônus demográfico, quando a massa de população economicamente ativa é maior do que a de crianças e idosos. Até 2035, cada vez mais crescerá o número de idosos, enquanto a taxa de fecundidade continuará caindo. É importante que as empresas estejam atentas para atender esse consumidor", aponta Paulo Carramenha, diretor presidente da GFK CR Brasil, em entrevista.
Imóveis com características especiais
A Tecnisa percebeu a oportunidade de investir em produtos focados nesse consumidor. Desde 2008, a construtora vem estudando as necessidades dessas pessoas e apresenta agora o seu primeiro empreendimento com características que atendem à chamada "melhor idade".
"Há dois anos lançamos um empreendimento e vimos que 15% dos compradores estavam na faixa etária acima de 55 anos. Como não tínhamos grandes preocupações voltadas para este público, contratamos uma empresa de gerontologia com profissionais que fizeram um relatório com erros e acertos", explica Patrícia Valadares, gerente de projetos da Tecnisa, em entrevista.
Apesar de não ser específico para a terceira idade, o Bossa Nova, localizado em Santos, litoral paulista, é resultado de um trabalho de pesquisa que identificou pequenos detalhes que poderiam fazer a diferença na vida destes moradores. As áreas comuns lembram a de qualquer outro empreendimento, mas sofreram mudanças que garantem mais qualidade de vida, segurança e conforto.